A mulher do outono-inverno 2014/15 parece ter saído de uma longa temporada nas montanhas nevadas, alternando casa e esqui, lendo sobre contos de fadas eodisseias espaciais. Tudo com muito conforto, um conceito forte das passarelas deNY, Londres, Milão e Paris, afinal o inverno traz nevascas que dão vontade de ficar em casa e atrapalham inclusive a dinâmica dos fashionistas nas semanas de desfiles. E elas parecem cada vez piores com as mudanças climáticas, um assunto levantado por Alexander Wang.
O conforto chega
ao seu ápice nos conjuntinhos
de tricô até
o pescoço desfilados por Marc Jacobs e Céline que nos
transportam diretamente pro set de “Friends”
nos anos 90. Mas a malharia
não para por aí e é explorada de todas as formas, mantendo sempre uma boa e
velha blusa comprida de gola rolê por
perto, pro caso de bater um vento mais gelado. Entram aí também parkas, corta-ventos e volumes
acolchoados, matelassados, pro momento
mais esportivo da
estação, seguidos decasacos de pele enormes que
quase se confundem com ursos polares.
A alfaiataria chega
meio preguiçosa, ampla, com casacão jogado por cima, com jeito de quem não quer
sair. A mulher mais feminina e romântica se cobre com capa e capuz,
toda bordada, num conto
de fadas que
vira realidade. Em algum momento muda de cara, fica Op
Art, concreta, até
ultrapassar a atmosfera e chegar na Era Espacial dos
anos 2010, inspirada por “Star Wars”
e pelo futurismo dos anos 60.